segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Confessions - Usher

Prometi a mim mesma não fazer do "Pieces" o meu diário (até porque nem tenho mais idade disso)...

Mas hoje...e todos esses dias tenho pensado em tudo o que está acontecendo comigo...
Mais uma vez..fico muito feliz em saber que as pessoas que estão ao meu lado...são AS MESMAS que estavam
desde o começo...

Prometi também entender (e no sentido da palavra mesmo) que as coisas tem COMEÇO...MEIO...E FIM! Não adianta
simplesmente sentar e esperar que o fim chegue até você...Se é isso o que quer...FAÇA VOCÊ O FIM E COMECE OUTRA
VEZ!

Veja SEMPRE o lado bom das coisas...as pessoas que realmente te amam e que estão do seu lado...VALORIZE CADA UMA DELAS!
Para aquelas (es) que fingem...simplesmente os descartem...afinal não farão diferença alguma às novidades que chegarão...

A vida não pára...e não é justo com você mesmo parar de viver!!!

Ouvi hoje uma música que me lembra uma época muito especial da minha vida...Em que eu era feliz e não sabia... mas aproveitei
muito! (E essa lembrança não faço questão nenhuma de apagar!)... Ela se chama "Confessions"...o cantor é nada mais ...nada menos
que o Usher!! (prometo falar melhor dele o quanto antes...)mas para aqueles que não conhecem o seu trablaho...fica a dica...O cara
é o MÁXIMO!
Essa música faz parte do álbum "Confessions" (o melhor de todos...na minha humilde opinião)...e foi re-gravada pelos atores da
série (FODA!!) Glee (Falo deles logo mais também...prometo!!)

Espero que gostem...e desculpa o desabafo... =)

Confessions Part I
Usher

[Refrão]
Every thing that I've been doin' is all bad
I got a chick on the side wit a crib and a ride
I've telling you so many lies ain't nothing good it's all bad
And I just wanna confess cause it's been goin' on so long
And I've been doin' you so wrong and I want you to know that
Every thing that I've been doin' is all bad
I got a chick on the side wit a crib and a ride
I've telling you so many lies ain't nothing good it's all bad
And I just wanna confess cause it's been goin' on so long
Girl I've been doin' you so wrong and I want you to know that

[Verse 1]
Everytime I was in L.A. I was with my ex-girlfriend
Everytime you called I told you,
"Baby I'm workin." (No!)
I was out doin my dirt (Oh!)
Wasn't thinkin' 'bout you gettin' hurt
(I) was hand in hand in the Beverly Center like man
Not givin' a damn who sees me
So gone (I know)
So wrong (Just listen)
Thinkin' I got it and left you sittin' at home
Thinkin' about me
Bein' a good girl that you are
But you prolly believe you got a good man
I man that never would do the things I'm about to tell you I've done
Brace yourself
It ain't good
But it would be even worse if you heard this from somebody else

[Refrão]

[Verse 2]
if I could turn back the hands of time and start all over I would
stead of everything bein' all bad beby everything will be all good
I don't wanna lose you but I know what im telling you aint gon' make you wanna stay, probally just make you run away or
mad enough to punch me in my face
I've been livin' like an idiot and I deserve every bit of it
I know, today is the day that I ain't gonna play in a board
Girl, im sorry baby I'm sorry
But I can no longer walk around with this stress on my chest
I confess...

[Refrão]

PS. O clipe dessa música é dividido em três partes... (mas não é cansativo...garanto!!!) rs... Para simplificar
consegui um vídeo com a parte 1 e 2 juntas...Para ver... clique em cima, ok?

Parte 1 e 2  - Parte 3

domingo, 22 de agosto de 2010

Pertencer (texto de Clarice Lispector)

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.

Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.

Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.

Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações?

Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.

Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.

Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.

No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança.

Mas eu, eu não me perdôo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.

A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!