quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Hoje eu não vou falar nem bem...nem mal de ninguém...

Nos últimos 8 anos da minha vida passei por milhões de relacionamentos perturbados. Amizades falsas, interesseiras, pessoas mentirosas, gente que não se pode confiar.
Conheci muita gente diferente e aprendi a ouvir em cada um o que era sincero e o que era bobagem. E mais que tudo, desenvolvi um jeitinho de conseguir sacar o que pensam de mim, antes de ter que ouvir isso de alguém.
Minha intuição sempre foi forte aliada, mas não a ouvi por muito tempo. Agora mais que nunca ouço e acredito que as coisas que surgem na minha cabeça não são loucura singular, elas existem sim e estão ali pra me fazer perceber a vida.
Esse ano conheci pessoas sensacionais que me deram força quando eu achava que o mundo era cinza. Conheci gente que me fez feliz, me fizeram me sentir querida, me abraçaram e me deram um carinho que há tempos não sentia com tanta sinceridade.
E a felicidade nisso me veio como uma recompensa. Por tudo que sofri ano passado, por tudo que abri mão, pelo modo que me fechei, que me afastei, que me tornei fria e racional. Não quis ouvir explicações de ninguém, simplesmente não dei liberdade pra que ninguém me decepcionasse.
Costumava pensar que em tudo há 50% de chance de você sofrer. E vendo por esse lado, fica mais fácil não se machucar tanto.
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Não confie em ninguém e nunca será traído.
Não espere nada de ninguém e nunca se decepcionará.
Não se entregue a ninguém e nunca será abandonado.
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Viver desse jeito, com essa "cautela" nos relacionamentos, me fez perder a esperança. Sou uma pessoa muito aberta quanto ao que penso e sinto. Costumo contar pros meus amigos sempre tudo, minhas verdades. Mas essa cautela me fez contar pensando já que estaria pronta se essa pessoa me esfaqueasse pelas costas.
Por sorte ou não, esse último ano vivi tão racionalmente que nada que fiz pode ser jogado contra mim. As poucas vezes que fui impulsiva este ano eu não tive com o que me preocupar.
Mas estou agora escrevendo tudo isso pra registrar minha decepção. Sim, mesmo estando "preparada", me decepcionei.
Por um instante deixei o medo de ser decepcionada de lado e confiei. Abri mão daquela possibilidade 50-50 de cair do cavalo. E foi nisso que me ferrei mais uma vez. O que me prova que realmente não posso esperar nada de ninguém, sem estar preparada para que algo de ruim aconteça.
"Nunca subestime a capacidade que as pessoas tem em te decepcionar".
Não me faço de vítima aqui, porque se há uma forma de justificar esse meu modo de pensar é porque no passado eu já decepcionei muita gente. Já paguei minha boca grande que falava demais, já julguei pessoas que depois me surpreenderam, já traí, já menti. E cada pedra dessas me fez virar essa pessoa que acredita mais do que tudo na verdade, na clareza, na pureza dos detalhes, na amizade sem interesse, na individualidade, na liberdade, na cumplicidade, na lealdade e na confiança.
Parece contraditório não é? Dizer que acredito nisso tudo logo após dizer que não se pode confiar em ninguém.
Não é isso, eu explico. Você DEVE confiar nas pessoas, DEVE amar, DEVE saber sentir. Mas sempre saiba que existe uma chance de alguma merda acontecer. Assim seu tombo é menor. Ou senão sua vida ficará seca, você perderá amigos, não se divertirá, não terá amores, não será ninguém. Ou viverá chorando por ter confiado demais em quem não devia.
Esteja preparado.
Se dessa vez pra baixar a guarda demorei tanto, pode ser que da próxima leve uma eternidade...

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