sábado, 11 de dezembro de 2010

Ressaca

Sempre tem aquele momento no dia que tudo que está acontecendo à sua volta dá um passo pra trás e você se vê sozinha com seus pensamentos. Nesse momento fica um silêncio e você ouve por milésimos de segundos o que você realmente está pensando sobre a vida, o mundo, você!
É como quando o mar puxa de volta a água, e deixa à mostra as conchas, pedaços de vidro, folhas e tudo o que ele escondia ali na areia...
Eu chamo de ressaca da vida.
Diferente de ressaca do mar, que faz ele ficar mais violento, a ressaca da vida é como a que temos no dia depois da doidera.
Tudo fica silencioso e você repensa as coisas que fez no dia anterior.
Até pouco, mas muito pouco tempo atrás quando isso acontecia me batia uma tristeza bem grande. Eu só via o que me faltava e não o que eu tinha. Me sentia sozinha e a solidão pesava demais. Pesava tanto que eu me desesperava e achava que nada poderia me salvar daquilo.
Hoje quando bateu essa ressaca da vida eu sorri. Sorri porque não me senti desesperada. Não senti solidão e não fiquei triste. Eu enxerguei as conchas, as estrelas do mar, as pedrinhas...
O que mudou? Nada, ainda sou a mesma pessoa, tenho os mesmos amigos e os mesmos fantasmas. Mas por um instante senti que pra ficar de pé só preciso das minhas próprias pernas. E eu estou em pé. Isso significa alguma coisa!
De qualquer forma ainda viro cada folha da minha vida atrás de um único objetivo que faz tudo valer a pena. Mas não ter encontrado esse capítulo não me aborrece mais tanto quanto aborrecia.
É. Parece que agora o copo está metade cheio.

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